O Sistema de Coleta de Dados Brasileiro


Olá leitor!

Segue abaixo um artigo publicado na Revista Espaço Brasileiro de Janeiro, Fevereiro e Março de 2009 sobre o Sistema de Coleta de Dados Brasileiro por satélites.

Duda Falcão

Sistema de Coleta de Dados

Como os Satélites Brasileiros Ajudam nas
Previsões Meteorológicas

Moreno Nobre Moreno

Há alguns anos, obter informações sobre o meio ambiente - a exemplo de temperatura, pressão atmosférica, umidade, precipitação, radiação solar, direção e velocidade do vento - só era possível instalando aparelhos de registro em alguns locais pré-definidos, visitando-os periodicamente. Hoje, o Sistema de Coleta de Dados, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), faz esse trabalho de maneira bem mais rápida e precisa com o auxilio do Satélite de Coleta de Dados (SCD).

Esses dados são importantes porque por meio desse sistema, aliado a imagens de satélites, é possível fazer a previsão meteorológica, usada para vários fins. Além de auxiliar na previsão do tempo, o Sistema de Coleta de Dados é usado na hidrologia e agrometeorologia, entre outras aplicações.

São os SCDs em órbita. O primeiro lançado em fevereiro de 1993, e o segundo, em outubro de 1998. A idéia era que o Veículo Lançador de Satélites (VLS) levasse os satélites, porém, não foi possível terminar o desenvolvimento do foguete em tempo hábil.

Imagem da Maquete do SCD 2

Segundo a responsável pelo Centro de Visitante do Inpe, Mirian Vicente, como a idéia de lançamento feito pelo VLS não foi possível, abriu-se uma concorrência internacional. Os Lançamentos ocorreram no Kennedy Space Center, em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), utilizando, para isso um foguete Pégasus. Ambos foram bem-sucedidos, e cada lançamento custou por volta de U$ 12 a 13 milhões.

Cada um tem 120kg aproximadamente, 1,25m de altura e 1m de diâmetro. São de órbita equatorial, tem uma velocidade próxima dos 27.000 km/h e levam 100 minutos para dar uma volta ao redor da terra. Mirian Vicente ressalta: “Eles são satélites nacionais, desenvolvidos, testados e integrados pelo Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Inpe”. Esse laboratório foi projetado e construído para atender às necessidades do Programa Espacial Brasileiro.

Entendendo o Sistema

Plataforma de Coleta de Dados

Além do SCD, o Sistema de Coleta de Dados também conta com o Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers) - que possui um módulo para coleta de dados - as Plataformas de Coletas de Dados (PCDs), Estações de Recepção em Cuiabá (MT) e Alcântara (MA) e, ainda, o Centro de Missão de Coleta de Dados em Cachoeira Paulista (SP).

Tudo começa com as PCDs, que normalmente são instalados em locais de difícil acesso. Elas coletam informação na região onde estão instaladas. São configuradas para transmitir, a cada 200 segundos, cerca de 32 bytes de dados úteis. Atualmente, são mais de 600 plataformas espalhadas por todo o País.

Esses dados são enviados aos satélites, que são encarregados de fazer a ligação entre as plataformas e as Estações de Recepção de Cuiabá e Alcântara. Dessas cidades, os dados seguem para o Centro de Missão de Coleta de Dados, em Cachoeira Paulista. Lá os dados são processados, armazenados e disseminados aos usuários. Por último, os dados são repassados para os clientes por meio da internet. Todo esse caminho é feito em até 30 minutos, após a recepção dos dados.

São cerca de 100 usuários, como cooperativas agrícolas, universidades e instituições de pesquisa. O maior dos clientes é a Agência Nacional de Águas (ANA). E as informações que precisam são recebidas por meio de convênios e parcerias.


Fonte: Revista Espaço Brasileiro - Num. 5 - jan, fev, mar de 2009 - Págs: 20 e 21

Comentário: Esse sistema é de grande utilidade para o Brasil como fica claro no artigo, mas infelizmente por falta de investimento o mesmo pode entrar e colapso nos próximos anos devido à não reposição dos satélites que compõem o sistema. Os satélites SCDs 1 e 2 estão já há muitos anos em órbita superando enormemente as suas expectativas de vida e a qualquer momento podem começar a falhar.

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