MIL Continua Apoiando a Criação da Agência Espacial


Olá leitor!

Segue uma notícia postada hoje (18/03) no site português “CiênciaHoje” destacando que o Movimento Internacional Lusófono (MIL) continua apoiando a iniciativa da Universidade do Minho (UM) na proposta feita ao Brasil para a criação da Agência Espacial Luso-Brasileira.

Duda Falcão

MIL Propõe a Criação da Agência Lusófona para o Espaço

Protocolo lusófono de investigação espacial iria
incrementar o intercâmbio de conhecimentos

2010-03-18
Por Carla Sofia Flores


Rui Martins, membro da
Comissão Executiva do MIL

Depois de investigadores da Universidade do Minho (UM) terem anunciado uma proposta de criação da Agência Espacial Luso-Brasileira, o Movimento Internacional Lusófono (MIL) apoiou a iniciativa e lançou outro desafio ainda mais ambicioso: uma concertação de esforços dos países de língua portuguesa para a criação de uma Agência Lusófona para o Espaço, com delegação em todos estes países.

Rui Martins, membro da Comissão Executiva do MIL explicou ao Ciência Hoje que o projecto apresentado pela UM seria importante na medida em que as sinergias resultantes da colaboração entre entidades portuguesas e brasileiras ligadas à exploração do espaço e à tecnologia aeroespacial serviriam como “plataforma de promoção do desenvolvimento espacial e tecnológico destes países”.

Este membro do MIL acredita que estas sinergias seriam um alicerce fundamental para o ensino tecnológico, não somente em Portugal e no Brasil, mas também nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) e Timor, “nomeadamente para estágios universitários e finalistas de cursos tecnológicos”. Poderiam ainda “reduzir custos nos programas já existentes (AEB e ESA) , sem os suprimir” e potenciariam “a geração de novos conhecimentos e tecnologias entre Portugal e o Brasil”.

Embora apóie a proposta da UM, o MIL acredita que esse empreendimento deve ser alargado aos restantes países lusófonos, “na medida das possibilidades de cada um”, admitindo, porém, que no campo aeroespacial Portugal e o Brasil estão “mais avançados”.

Rui Martins sublinhou que “um ‘protocolo lusófono de investigação espacial’ que fosse o preâmbulo de uma Agência Espacial Lusófona” iria incrementar o intercâmbio de conhecimentos, experiências e projectos nas áreas científica e aeroespacial e permitiria incentivar a captação de recursos nas diversas áreas científicas que a exploração espacial requer, desde a robótica, passando pela química e pela informática.

Além disso, “propiciaria o incremento das relações entre empresas e entidades académicas de todos os países da CPLP”, sendo que “todas estas actividades cruzadas (empresariais e académicas) poderiam ser promovidas por esta nova entidade: a Agência Espacial Lusófona”, explicou Rui Martins.

Movimento Internacional Lusófono

O MIL é um movimento cultural e cívico que conta com três mil adesões, de todo o espaço lusófono. Surgiu em 2008, depois das comemorações do centenário de Agostinho da Silva (2006), quando algumas das pessoas que estiveram envolvidas nesse programa de comemorações, na companhia de outras que entretanto se juntaram, consideraram que era necessário concretizar algumas das idéias deste filósofo luso-brasileiro, nomeadamente a criação de uma Comunidade Lusófona.

MIL pretende criar uma Comunidade Lusófona,
tal como ambicionava Agostinho da Silva

Deste modo, o MIL defende essencialmente o reforço dos laços entre os países lusófonos, não só no plano cultural, mas também social, económico e político. Neste âmbito, já desenvolveu inúmeras iniciativas, desde debates públicos, recolhas de livros ou a criação do Prémio Personalidade Lusófona do Ano, cujo vencedor do ano 2009 foi Lauro Moreira, embaixador do Brasil na CPLP.

Além da proposta da Agência Lusófona para o Espaço, este movimento já apresentou outras, tais como a "Força Lusófona de Manutenção de Paz", o “Passaporte Lusófono”, o “Canal Lusófono de Televisão” e o “Banco de Desenvolvimento Lusófono”.


Fonte: Site português CiênciaHoje

Comentário: Como o leitor que acompanha o blog diariamente deve lembrar já nos posicionamos anteriormente contra esta iniciativa (veja a nota MIL Defende Criação da Agência Espacial Luso-Brasileira) apesar de considerarmos a idéia louvável e nobre por parte dos irmãos portugueses, consideramos que ainda não é o momento. No entanto, o blog não se surpreenderá caso esta iniciativa acabe de realizando, pois tudo é possível neste país no campo político, mesmo que seja realizado com total irresponsabilidade e falta competência. Portugal é um país da comunidade comum européia que tem seus países representados no setor espacial pela ESA (Agência Espacial Européia) conhecida pela sua eficiência administrativa que tem resultado nos últimos 20 anos em grandes avanços na área espacial. Portanto é de se esperar que os portugueses estejam a anos luz de distancia da AEB na área organizacional e administrativa, o que tornaria muito difícil realizar uma sinergia eficiente que trouxesse benefícios que justificasse a criação de uma agência específica. Em nossa opinião, esta iniciativa só traria maiores prejuízos ao já bagunçado e cambaleante Programa Espacial Brasileiro e não contribuiria em nada de significativo aos países da CPLP. O mais sensato neste momento seria identificar projetos que sejam de interesse comum visando o desenvolvimento conjunto, e futuramente quando a AEB estiver num melhor momento e solidificada, ai sim, se poderia com a experiência adquirida se pensar na criação de uma Agência Espacial Luso-Brasileira, antes disto continuamos acreditando que não seria prudente.

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