Workshop: Instrumentação Cientifica para a Missão ASTER


Olá leitor!

Foi divulgado dia (14/04) pelo boletim de n° 145 da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB) a chamada para o “Workshop de Instrumentação Científica para a Missão ASTER” já abordada anteriormente aqui no blog (veja a nota Projeto Aster é Proposto no IWAE. Será Realizado?). Abaixo segue a chamada na íntegra.

Duda Falcão

Workshop: Instrumentação Cientifica para a Missão ASTER

Local: UNESP - Guaratinguetá - SP
Período: 13 e 14 de maio 2010

A missão ASTER é uma missão espacial exploratória de nosso sistema solar próximo, tendo por objetivo primário o desenvolvimento e a qualificação de tecnologias nacionais, bem como, a aquisição e o aprimoramento de "know-how" em procedimentos e sistemas voltados para a engenharia espacial. Associado ao seu objetivo primário existe outro, não menos importante, mas de cunho científico por excelência, que é a observação em loco de um sistema de asteróides múltiplos. Trata-se de uma missão de pequeno porte. A massa da sonda em configuração de lançamento é aproximada de 150 kg e potencia elétrica total de 2100 W, sendo que a parcela disponível para a carga útil é de 30 kg e 110 W.

As metas do workshop são fazer uma discussão sobre:

1) os objetivos científicos a serem cumpridos pela missão em sua trajetória e em órbita do alvo;
2) os experimentos a serem realizados pela sonda;
3) os equipamentos e instrumentos científicos a serem embarcados como carga útil;
4) os grupos responsáveis por instrumentos e experimentos.

Inscrições:

As inscrições para participação neste evento devem ser feitas por email para ocwinter@pq.cnpq.br, ocwinter@pq.cnpq.br ou elbert@lac.inpe.br

[Informação enviada por Othor Winter, Membro e Conselheiro da AAB]

A Diretoria
Associação Aeroespacial Brasileira - AAB


Fonte: Boletim da Associação Aeroespacial Brasileira (AAB)

Comentário: Fantástica notícia para a comunidade astronômica envolvida com esse inovador projeto e uma excelente notícia também para o PEB, já que para sua efetiva concretização será necessário o desenvolvimento de diversas tecnologias espaciais que ainda não são dominadas pelo país e que certamente colocarão o Brasil na vanguarda da pesquisa espacial do espaço profundo. O blog confessa que quando em 19/12 do ano passado apresentamos este projeto ao leitor, não acreditávamos que o projeto pudesse realmente se concretizar, devido a outros projetos como esse que nunca saíram do papel. A realização de um evento como esse workshop específico da missão demonstra que pode existir uma luz no final do túnel que poderá levar esse grupo de pesquisadores do INPE, UnB, UFABC, UNESP e do INK (Instituto Russo) a realizar algo inimaginável para o atual estágio do Programa Espacial Brasileiro, ou seja, o desenvolvimento da Primeira Sonda Espacial Brasileira de Espaço Profundo.

Comentários

  1. Olá Duda,

    apesar de também estar esperançoso com essa notícia, procuro evitar fomentar expectativas exageradas.

    O Brasil tem sofrido do mal de querer abraçar tudo, atuar em todas as frentes e acaba por não realizar muita coisa em várias dessas frentes, principalmente no PEB. Portanto sugiro certo grau de pé-no-chão ao estabelecermos os requisitos desse projeto.

    O Brasil não deve esperar dotar essa sonda de algum instrumento no estado da arte tecnológico, basicamente porque: (1) a disponibilidade de massa e potência é bastante limitada, (2) caso empresas nacionais desenvolvam esse instrumento ele deverá ser concebido levando em conta o grau de maturidade tecnológico de nossa indústria nacional e (3) é a primeira vez que se está fazendo uma sonda no Brasil.

    Não podemos pular etapas, pois da mesma forma que não devemos enviar nos primeiros voos do VLS um satélite complexo, pelo risco de perda do mesmo, também não devemos enviar em nossa primeira sonda um instrumento muito complexo e caro.

    A evolução deve ser gradativa, primeiro concebendo uma sonda com, uma carga útil viável, economica e tecnologicamente, para dotar nossa indústria de certo grau de conhecimento e possibilitar obtermos um retorno científico que justifique as próximas versões da sonda e só depois propor uma sonda mais complexa, aí sim com algum instrumento que proporcione um avanço a nossa ciência, quiçá no estado da arte e na fronteira do conhecimento.

    Abraços, Marcelo.

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  2. Olá Marcelo!

    Veja bem amigo, eu concordo quando você diz que não devemos fomentar expectativas exageradas, mas nesse caso a situação aqui é outra.

    Deixe-me explicar a você por acredito que aqui as expectativas são boas do projeto ser realizado.

    1- O único problema na realidade é financeiro, pois o tecnológico já não é problema, pois temos grande parte da tecnologia necessária desenvolvida no país e o que faltar fica por conta dos russos, parceiros do programa e responsáveis pelo lançamento da sonda. A Astronomia e a Astrofísica brasileira têm avançado a passos largos nos últimos dez anos não só em pesquisa como também no desenvolvimento de tecnologia astronômica que tem encantado o setor. Por isso que eu cobro uma interatividade maior dessas ciências com o PEB, não só pela competência já demonstrada pelas mesmas, coisa que falta aos gestores do PEB, mas principalmente por elas disporem de uma fonte de recursos mais estáveis, além é claro do forte interesse da própria comunidade astronômica em participar no desenvolvimento do programa espacial.

    2- O projeto não está sendo proposto pela AEB e sim pela “Comunidade Astronômica Brasileira - CAB” que é a detentora desta tecnologia citada por mim e exitosa até o momento em 95% de suas reivindicações junto ao MCT.

    3- A parte da tecnologia espacial como a plataforma, sistema de energia e principalmente a propulsão (um dos fatores principais que levaram a criação desta proposta conjunta com o INPE, devido necessidade de aproveitar à tecnologia de propulsão a plasma desenvolvida pelo INPE e pela UnB) já temos e o que faltar será fornecido pelos russos.

    4- Diferentemente do que você também possa ter imaginado Marcelo, esta sonda não será uma sonda de grande porte e sim uma na classe dos mini-satélites entre 100 e 300 kg (menor que o CoRoT).

    Portanto amigo, no momento o problema é só financeiro e o companheiro jornalista André Mileski do blog “Panorama Espacial” estará verificando nos próximos dias se os recursos (US$ 35 milhões) foram equacionados pela CAB. Aguarde por mais notícias.

    Forte abraço

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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