Notícias Sobre a ILA 2010, Sobre o Grupo EADS e Espaço

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada ontem (18/06) no blog “Panorama Espacial” do companheiro jornalista André Mileski nos trazendo novos e interessantes esclarecimentos sobre a feira “ILA Berlin Air Show 2010” e sobre os interesses do grupo EADS no Brasil na área aeronáutica de defesa e espacial.

Duda Falcão

ILA, EADS e Espaço

18/06/2010

A revista Tecnologia & Defesa disponibilizou em seu web-site uma pequena matéria sobre o ILA Berlin Air Show, feira aeronáutica e espacial que aconteceu na capital alemã na semana passada (clique aqui para acessá-la). Apesar do texto não abordar assuntos espaciais (de concreto, muito pouco relacionado a espaço aconteceu na feira, e nada relacionado ao Brasil e/ou América do Sul), apresenta informações interessantes sobre negócios e perspectivas futuras do conglomerado europeu EADS, que tem forte atuação no campo aeronáutico (Airbus, Eurocopter), Defesa (MBDA, D&S), e espaço (Astrium), para o País. Durante a feira alemã, por exemplo, foram anunciadas vendas de aeronaves comerciais para a TAM, e também a assinatura de acordo relacionado à possível instalação no Brasil de uma planta de biocombustível para aviões (notícia esta divulgada apenas ontem, 17).

O salão também aconteceu alguns dias após o anúncio da criação de uma joint-venture da EADS Defence & Security com o grupo industrial Odebrecht, assunto este que, evidentemente, passava por todas as conversas cujo tópico era o Brasil. Louis Gallois, presidente da EADS, mencionou que o acordo envolve o monitoramento de fronteiras ("border surveillance"), e segundo T&D apurou com algumas fontes na França (Eurosatory), estaria relacionado ao projeto do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SINFRON), do Ministério da Defesa (MinDef). Guardem bem esta sigla, SIFRON, pois deverá ser ouvida com certa freqüência no futuro e, de certo modo, também terá alguma relação com espaço. O MinDef, aliás, já está em processo de seleção de empresa (ou consórcio) para a elaboração de projeto básico de implementação do sistema, conforme edital publicado no Diário Oficial da União em meados de maio.

As perspectivas da EADS para o mercado local, tema freqüentemente tratado pelo blog, passam também pelo setor espacial. A EADS Astrium tem relevante participação acionária (42%) na Equatorial Sistemas, de São José dos Campos (SP), é controladora da Spot Image, provedora de imagens de sensoriamento remoto, que tem subsidiária no País (na capital paulista), além de considerar várias oportunidades futuras. Entre elas, o Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), o Projeto Sentinela, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e lançadores com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA).

Pré-ILA

Antes da ILA, o blog visitou, a convite da EADS, algumas instalações do grupo na Alemanha. Da Astrium, visitamos a unidade de Bremen, responsável pela produção de módulos para a Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês), dos veículos não-tripulados europeus de transporte de cargas para a ISS (ATV), e dos estágios superiores do Ariane 5. Ao término da visita, num almoço, o blog teve a oportunidade de rapidamente conversar com o responsável na EADS Astrium pelas missões TEXUS/MAXUS, que utilizam foguetes VSB-30, fabricados pelo IAE/DCTA. Tanto o foguete como a equipe brasileira foram bastante elogiados. Em breve, pretendemos publicar uma pequena reportagem sobre a cooperação espacial entre o Brasil e Alemanha, abordando este e outros projetos conjuntos.

Fonte: Blog “Panorama Espacial“ - André Mileski

Comentário: Interessantes esclarecimentos nos trás como sempre o companheiro jornalista “André Mileski” sobre o envolvimento desse grupo EADS nos projetos brasileiros da área aeronáutica e espacial, como já era de se esperar desde que o presidente LULA divulgou seu namoro explicito com a França. No entanto, o blog teme que uma eventual participação deste grupo nos projetos de desenvolvimento de lançadores de satélites no país poderá atrasar ainda mais o que já vem sendo feito pelo IAE em parceria com os russos, já que dividirá recursos e esforços sem qualquer necessidade. O que se precisa fazer é sentar com os russos e buscar soluções e definir metas para acelerar o processo em curso e não trazer mais um player para setor. Além disso, já esta em curso um projeto de desenvolvimento em parceria com a DLR alemã de um lançador para atender inicialmente o projeto do SHEFEX III, ou seja, o VLM-1, que é basicamente um lançador para microssatelites (20 a 100 kg). Não existe necessidade nenhuma de mudar o que já está em curso, isso demonstra falta de foco e gera principalmente desconfianças quanto à lisura do processo. Já na área de satélites, tanto do INPE, como para o Ministério da Defesa (Projeto Sentinela), a entrada da EADS Astrium será bem vinda, desde que seja benéfica para a indústria brasileira e para o PEB, ou seja, venha render transferência de tecnologia (o que o blog não acredita), ou o desenvolvimento conjunto de novas tecnologias espaciais (o que é possível e mais provável). No entanto, para que isso aconteça, será necessário que esses acordos sejam elaborados por pessoas da área, sem que se permita o uso de qualquer tipo de conotação política ou qualquer tipo de interferência de políticos e de burrocratas que militam nos bastidores do PEB como verdadeiras ervas daninhas. Se assim não for, todo o esforço de conhecimento e tecnológico desenvolvido por esses valorosos servidores e pesquisadores do DCTA/IAE e do INPE poderá ser entregue aos franceses de graça ou em troca de outros interesses não tão nobres.

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