Mais Sobre o Veículo Lançador TRONADOR II Argentino

Olá leitor!

Recentemente, postamos aqui no blog fotos da maquete do Veiculo Lançador de Satélites Argentino “TRONADOR II” que foi apresentado ao público (acredito que pela primeira vez) durante a realização da exposição “TECNÓPOLIS” em Buenos Aires na Argentina. (veja a nota: “O Veículo Lançador TRONADOR II Argentino”.

Entretanto, foi levantada por nós a dúvida (devido a sua aparência) se esse foguete seria realmente um lançador de satélites ou um foguete de sondagem do tipo SONDA IV brasileiro?

Achávamos que sendo a maquete do foguete apresentada em escala real, sua coifa (parte do foguete onde se coloca o satélite) não parecia ser capaz de carregar um satélite de 200 kg, como anunciado pela CONAE argentina em diversas matérias na mídia internacional.

Porém, como não somos engenheiros e muito menos especialistas, solicitamos a ajuda de nossos leitores engenheiros, e prontamente recebemos o apoio do Eng. José Miraglia do grupo paulista “Edge Of Space” que nos enviou a concepção artística interna do TRONADOR II (ao lado), tirando de nós qualquer dúvida que houvesse quanto a esse foguete argentino.

Segundo o Eng. Miraglia, nessa configuração de quatro estágios, o foguete “TRONADOR II” utilizará o propelente teróxido de nitrogênio (NTO) e a mono metil hidrazina (MMH), numa configuração muito semelhante ao antigo lançador britânico "Black Arrow" veja: http://en.wikipedia.org/wiki/File:BlackArrowCR2.svg

Ainda segundo o Eng. Miraglia, a solução argentina é "pé no chão", já que utilizando NTO e MMH como propelentes, eles conseguem um alto Isp e não precisam de ignição, pois a mistura é hipergólica e fogem do problema de instabilidade de combustão, apesar do propelente ser tóxico, mas ele lembra que o propelente sólido do nosso VLS também é altamente tóxico.

Finalizando, o engenheiro diz que o Brasil de "forma ousada" optou pelo estagiamento paralelo no VLS (nenhum país utilizou esta configuração no seu primeiro lançador, já que a mesma é uma solução mais complexa) e de que na opinião dele os argentinos estão caminhando na direção certa, apesar dele não acreditar num lançamento desse foguete para os próximos anos como divulgado pela CONAE.

Aproveitamos para agradecer ao Eng. José Miraglia pelos esclarecimentos e desejar sucesso aos hermanos argentinos.


Duda Falcão

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