Visita de Ucraniano Desbloqueia Parceria na Área Espacial

Olá leitor!

Segue abaixo uma matéria publicada hoje (26/10) no jornal “Valor Econômico” destacando que a visita do presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, segundo o governo brasileiro ajudou a desbloquear parceria na Área Espacial.

Duda Falcão

Visita de Ucraniano Desbloqueia
Parceria na Área Espacial

Por Fernando Exman e Yvna Sousa
De Brasília, para o Valor Econômico
26/10/2011

O governo brasileiro acredita que a visita a Brasília do presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovitch, destravou a parceria do Brasil com o país europeu na área espacial. Em 2006, Brasil e Ucrânia criaram uma empresa binacional, a Alcântara Cyclone Space, que receberá aporte total de R$ 1,03 bilhão. Os dois países, que terão participações idênticas no empreendimento, comprometeram-se a integralizar o capital da companhia até 2013.

O Brasil já desembolsou 42% da sua cota, e a Ucrânia, 19%. Yanukovitch afirmou que igualará a contribuição já feita pelo Brasil e acrescentará a parcela referente a 2011 (R$ 161 milhões). Ao Brasil, restará integralizar os R$ 161 milhões referentes a este ano.

O Orçamento Geral da União de 2011 prevê R$ 50 milhões para o projeto. O valor restante deverá ser obtido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia por meio de crédito suplementar. Já a Ucrânia demorou a liberar os recursos devido às dificuldades pela qual a economia passou nos últimos anos. No entanto, o governo ucraniano buscou um empréstimo para levar a parceria adiante.

"Estamos rompendo barreiras na área espacial, consolidando uma aliança que fez história com o projeto Cyclone-4", disse a presidente Dilma Rousseff, em discurso feito durante o almoço no Itamaraty.

O governo brasileiro avalia que o empreendimento possibilitará o ingresso do Brasil no lucrativo e estratégico mercado internacional de lançamento de satélites, além de impulsionar projetos nas áreas de sensoriamento remoto, serviços meteorológicos e de controle do espaço aéreo. A Ucrânia já detém a tecnologia necessária para o lançamento de satélites, desenvolvida na época em que fabricava mísseis de longa distância para a então União Soviética.

O Brasil, por outro lado, não possui tal tecnologia. Em 2003, técnicos do programa espacial brasileiro morreram num acidente quando um foguete era preparado para ser lançado.

Já o interesse da Ucrânia no Brasil deve-se à localização da base de Alcântara, localizada no Estado do Maranhão, que permite uma economia de 30% a 35% de combustível nos foguetes lançados daquela região. Além disso, enquanto não consegue entrar na União Européia, a Ucrânia tenta diversificar suas parcerias estratégicas. "Acredito que a nossa vontade política é a garantia do sucesso dessa obra", respondeu o presidente da Ucrânia, depois da declaração da presidente brasileira.

Brasil e Ucrânia fecharam também uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz e a empresa ucraniana Indar para a produção de insulina no Brasil, o que deve reduzir o custo do medicamento. Os dois países pretendem ainda avançar na cooperação para a produção de alimentos e bicombustíveis.

Dilma sinalizou que pretende fazer da Ucrânia um fornecedor cada vez maior para a produção de fertilizantes no Brasil. "A exportação de uréia e amônia ucranianas abastecerá as fábricas em construção no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento 2."

A presidente anunciou também que estudantes de engenharia da Universidade de Brasília (UnB) irão ao país europeu receber capacitação de empresas produtoras de veículos lançadores de satélites.


Fonte: Jornal Valor Econômico via site Clippingmp - 26/10/2011

Comentários

  1. A algum tempo eu já havia comentado com vc, que além de todos os problemas que teriamos com a ACS, havia ainda a questão política interna da Ucrânia, pois o Presidente eleito na época, era ligado ao Ocidente e não a Russia, o que tradicionalmente seria um grande problema, já que a tecnologia espacial ucraniana, depende dos russos. Os russos pararam qualquer conexão com a Ucrania, enquanto houvesse problemas entre os dois país e não deu outra, só o Brasil(o nosso governo, é claro) que acreditou nisto e colocou o nosso dinheiro lá sem qualquer contra partida ucraniana. Agora que eles tem outro presidente e pró-Russia, este acordo volta novamente aos trilhos por lá, mas pelo menos por enquanto. Mas, sempre teremos estes problemas políticos por lá. E sempre teremos riscos. O Brasil teria feito um acordo melhor se fosse apenas com a Russia.

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  2. Olá Ricardo!

    Eu sei que tem essa parte política que influi, mas não é o grande problema, já que apesar da idéia da empresa ter sido boa, foi feita de forma aloprada por um reconhecido incompetente, com o sócio errado, com a tecnologia errada, sob a direção de gente despreparada e sem o respaldo do acordo de Salvaguardas Tecnológicas com os americanos, o que torna a empresa inviável. Mas concordo contigo, o melhor mesmo seria ter dado seqüência com o acordo Brasil-Rússia, como o Ministério da Defesa queria na época. Entretanto esse acordo serviu como moeda política entre o PT e o PSB e deu no que deu e a tendência é piorar ainda mais o prejuízo.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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