Radiotelescópios Permitirão Estudos Sobre Expl. Solares

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia publicada hoje (02/12) no site do jornal “O Estado de São Paulo” destacando que novos radiotelescópios permitirão estudos inéditos sobre Explosões Solares.

Duda Falcão

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Novos Radiotelescópios Permitirão Estudos
Inéditos Sobre Explosões Solares

Aparelhos Financiados por Instituição Brasileira
são os Únicos do Gênero no Mundo

Agência FAPESP
02 de dezembro de 2011 - 9h 33

SÃO PAULO - Um grupo brasileiro de cientistas liderou a instalação de um sistema de dois radiotelescópios polarimétricos solares na Argentina no dia 22 de novembro. Os instrumentos são os únicos no mundo a operar em freqüências entre 20 e 200 gigahertz, preenchendo uma grande lacuna que impedia o estudo de vários aspectos relacionados às explosões solares.

P.Kaufmann/Reprodução
Os instrumentos, financiados pela FAPESP, serão operados por um convênio que envolve há 11 anos cientistas do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (Craam) e do observatório do Complexo Astronômico El Leoncito (Casleo), localizado em San Juan, na Argentina - onde os radiotelescópios foram instalados, alinhados e já começaram a operar.

De acordo com Kaufmann, os dois radiotelescópios para ondas milimétricas permitirão a realização de observações, respectivamente, em 45 e em 90 gigahertz. “São os únicos radiotelescópios do gênero existentes em operação no mundo. Suas medições complementarão espectros de explosões solares observadas em freqüências mais elevadas feitas no Casleo - entre 200 e 400 gigahertz - e em freqüências mais baixas do que 20 gigahertz, obtidas em instrumentos instalados nos Estados Unidos”, disse Kaufmann.

A lacuna na faixa de freqüências de 20 a 200 gigahertz não apenas tem limitado os estudos sobre determinados parâmetros das explosões solares, como tem trazido grandes complicações para a interpretações dos resultados obtidos nos instrumentos existentes.

“Trata-se de uma faixa muito crítica sobre a qual a comunidade científica não dispõe de informações. Os novos instrumentos deverão trazer informações cruciais para a interpretação das explosões solares”, disse.

Os radiotelescópios terão a função de estudar mecanismos de conversão e produção de energia por trás das explosões solares. “Embora atualmente seja possível assistir com riqueza de detalhes às espetaculares ejeções de massa das explosões solares, o fenômeno físico que dá origem a todas essas manifestações é desconhecido”, explicou.

Além da relevância científica, o estudo do mecanismo energético das explosões solares, segundo Kaufmann, é importante também por causa de seus subprodutos que têm impacto no planeta Terra, alterando o chamado “clima espacial”.

“Embora não tenhamos detalhes sobre a física das explosões solares, é certo que esses fenômenos têm forte impacto no clima terrestre. Essas explosões liberam imensas quantidades de energia, interagindo com o espaço interplanetário e com a Terra”, disse.


Fonte: Site do jornal O Estado de São Paulo - 02/11/2011

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