Probl. Oculares em Astronautas Prejudica Viagens a Marte

Olá leitor!

Segue abaixo uma interessante notícia postada ontem (13/03) no site “Folha.com” do “Jornal Folha de São Paulo” destacando que problemas oculares em astronautas podem prejudicar viagens ao planeta Marte.

Duda Falcão

CIÊNCIA

Problemas Oculares em Astronautas
Podem Prejudicar Viagens a Marte

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
13/03/2012 - 14h49

Os vôos de longa duração, como os planejados até Marte, estão ainda só no papel. Mas as conclusões de uma recente pesquisa bancada pela NASA (agência espacial americana) indicam que os empecilhos para se chegar até o planeta vermelho podem ir além das dificuldades impostas pela tecnologia ou pelo tempo de viagem.

O estudo detectou que missões espaciais com no mínimo seis meses de duração provocam problemas oculares em astronautas. Alguns deles, como visão embaçada, parecem persistir mesmo depois do retorno da tripulação à Terra.

Essas mudanças provavelmente ocorrem como uma adaptação do organismo ao ambiente de microgravidade. A esperança dos cientista é poder detectar quais são as características que fazem um astronauta menos suscetível a esse feito colateral das missões espaciais.

Segundo os oftalmologistas Thomas Mader e Andrew Lee, que analisaram os casos, as mudanças não teriam relação com o lançamento e a reentrada no espaço, mas sim com a ação da microgravidade sobre o corpo enquanto estavam na ISS (Estação Espacial Internacional).

A dupla examinou sete astronautas, todos eles com idade em torno dos 50 anos que ficaram pelo menos seis meses contínuos no espaço, e avaliou relatórios de viagem de mais 300.

Do grupo menor, todos tiveram uma alteração no tecido, fluido, nervo ou outra estrutura ocular.

Esses ocorrências podem ter sido provocados pelo aumento da pressão no interior do crânio. Ou seja, dentro da cabeça do astronauta. Contudo, nenhum teve sintomas tradicionais como dor de cabeça crônica, visão dupla ou ouvido zunindo.

Os estudiosos acreditam que há outros fatores envolvidos --como o curso anormal do fluido espinhal em torno do nervo óptico ou do sangue na coroide --, mas não sabem ainda dizer quais são.


Fonte: Site Folha.com - 13/03/2012

Comentário: Pois é leitor, como já havíamos adiantado que aconteceria em comentários anteriores, a NASA começa a divulgar as suas descobertas sobre os perigos que os astronautas poderão enfrentar numa eventual e louca aventura num voo de seis a oito meses até o planeta Marte (quase dois anos entre a viagem de ida e volta e o tempo de permanência sobre a superfície do planeta). E olha que esse e apenas um dos problemas que os astronautas terão de enfrentar no ambiente interplanetário (espaço entre planetas fora da influência do cinturão magnético que protege a TERRA) devido ao grande período de viagem, caso venha se adotar um sistema de propulsão química, totalmente inadequado para uma viagem como essa. As pesquisas continuam e respostas serão divulgadas nos próximos anos sobre quais serão os perigos dessa viagem. Entretanto, o que fica cada vez mais claro é que quanto menos os astronautas ficarem expostos ao ambiente interplanetário, à missão terá maiores chances de êxito, e os astronautas de continuarem vivos. A grande aposta da NASA é um motor de propulsão a plasma que deverá ser testado no espaço em 2014 pelos astronautas que estarão abordo da Estação Espacial Internacional (ISS). Trata-se do motor "VASIMR VX-200" da empresa americana/costa-riquenha “AD Astra”, que caso venha ter comprovada a sua eficiência, poderá então numa versão futura fazer a viagem entre a TERRA e Marte em apenas 39 dias, tornando essa missão menos perigosa para os astronautas, mas ainda muito longa em nossa opinião. O ideal seria uma viagem de três meses, ou seja, um mês para a viagem de ida, um mês sobre a superfície do planeta e um mês para a viagem de volta.

Comentários

  1. No livro do Asaac Asimov, Nós marcianos, ele já previa este limite de tempo para permanência no espaço...

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  2. Olá mallconz!

    Qual período de viagem você se refere, os de oito ou os três meses sugeridos por mim?

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Pelo que eu sei, a viagem de volta é mais rapida que a viagem de ida, devido a atração solar a favor, já li isto em alguns livros científicos, eles podem usar a atração gravitacional dos planetas para fazer o efeito de "estilingue espacial", que foram adodatos pelas sondas americanas desde o projeto Voyager nos anos 70. Algumas sondas marcianas, já foram aceleradas em Venus e enviadas a marte com maior velocidade. Mas no caso de viagem tripulada é um risco grande, pois Venus fica perto do sol, é mais quente e o risco de radiação é muito maior. Podem acelelar em orbitas entre Terra e Lua e enviar para Marte, isto já foi testado por uma sonda americana a um cometa no passado.

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  4. Básicamente temos dois problemas:
    1) Radiação - è resolvida com um "shelter" com blindagem polimérica, de baixo peso e alta eficiência, já previsto para ser utilizado. Também com redução do tempo de exposição utilizando sistemas propulsores mais eficientes como o elétrico e nuclear;

    2) Microgravidade, pode ser resolvida com a utilização de módulos com rotação simulando gravidade por força centrífuga, é só lembrarmos de 2001 Uma Odisséia no Espaço.

    Existe muita conversa mole, muito blá blá blá, querendo justificar atrasos, existem problemas muito mais complexos que foram resolvidos como o corredor de reentrada que é muito estreito entre muitos outros.

    A partir do momento que o ser humano resolveu levantar vôo os riscos sempre existirão.

    Eng. Miraglia
    www.edgeofspace.org

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  5. Olá Ricardo!

    Eu já havia lido isso em algum lugar também, mas temos de levar em consideração de que na volta o planeta Marte já estará mais afastado, aumentando assim também a sua distancia da Terra. Portanto, a viagem de volta ficaria mais ou menos dentro do mesmo tempo da viagem de ida.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  6. Olá Miraglia!

    Obrigado pela sua colaboração amigo. Você diz que são basicamente dois problemas, o seja, a Microgavidade e a radiação. Eu acrecentaria que são os problemas básicos conhecidos, mas podem haver outros não conhecidos.

    Fico contente em saber que os problems citados por você já fazem parte dos problemas equacionáveis, mas existe ainda muita coisa a se fazer e a se estudar. O caminho da NASA atualmente é (não com a prioridade necessária) apostar na propulsão a plasma (elétrica), apesar de já ter investido na propulsão nucler na década de 60 (se não me engano) e de ter assinado um acordo recente com os Russos visando o desenvolvimento de motores nucleares.

    A propulsão a plasma será colocada a prova em 2014 pelos astronautas da ISS durante o teste do motor VASIMR VX 200. Se for bem sucedido, esse deverá ser o caminho utilizado pela NASA, caso não, a Propulsão Nuclear deverá passar a ser a bola da vez.

    Quanto a riscos, é claro que sempre eles existirão e não só no espaço. Entretanto, quanto menos eles forem, maiores são as possibilidades de sobrevivência dos astronautas e consequentente o exito da missão.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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