Nave Dragon Inaugura Viagens Espaciais Privadas
Olá leitor!
Segue abaixo uma matéria postada hoje (08/10) no site
“Inovação Tecnológica” destacando que a nave privada americana DRAGON inaugura as
Viagens Espaciais Privadas.
Duda Falcão
Espaço
Nave Dragon Inaugura Viagens
Espaciais Privadas
Redação do Site Inovação Tecnológica
08/10/2012
Imagem: NASA
Esta é versão de testes da nave Dragon, que foi até a
Estação Espacial Internacional em Maio deste ano
Era
Espacial Privada
Começou
para valer a chamada "era espacial privada" promovida pela NASA, com
o lançamento do foguete Falcon 9, levando ao espaço a nave Dragon, que deverá
se atracar com a Estação Espacial Internacional.
O
conjunto foi projetado, fabricado e lançado pela empresa privada SpaceX.
As
naves da NASA historicamente foram fabricadas por parceiros privados, mas
sempre sob a coordenação da agência espacial governamental.
A
dupla Falcon 9/Dragon já havia feito um voo experimental em Maio
deste ano.
A
missão CRS-1 é o primeiro de 12 lançamentos já contratados pela NASA à SpaceX.
O
sucesso da parceria marca o retorno da capacidade norte-americana de contato
com a Estação
Espacial Internacional, perdida desde a aposentadoria dos ônibus espaciais, em 2011.
Contudo,
ainda que haja planos para uma versão tripulada, no atual estágio de
desenvolvimento a nave Dragon transporta apenas carga.
Segundo
a NASA, a capacidade de colocar astronautas em órbita deverá ser alcançada por
um dos seus parceiros privados em um prazo de cinco anos.
Espaçoporto Privado
A
privatização dos voos espaciais norte-americanos terá um capítulo ainda mais
significativo nos próximos meses.
A
empresa Orbital Sciences obteve autorização oficial para lançar foguetes e
naves de carga em direção à Estação Espacial Internacional a partir de uma base
de lançamento privada.
O
espaçoporto, chamado Mid-Atlantic Regional Spaceport, fica localizado na
Ilha Wallops, no estado da Virgínia.
Os
primeiros testes locais estão planejados para este mês de Outubro, devendo
culminar com o lançamento de um foguete Antares para um voo suborbital.
Dependendo
dos resultados desses testes - que estão sendo monitorados pela NASA -, o
primeiro voo experimental lançado a partir do espaçoporto privado poderá
ocorrer ainda em 2012.
Nave Científica
Uma
das grandes vantagens da nave Dragon, lançada ontem, em relação ao ATV
europeu é que se trata de uma nave reutilizável, o que permite que ela
traga de volta experimentos científicos - os ATVs europeus queimam-se na
reentrada na atmosfera, trazendo de volta apenas o lixo da Estação.
A
nave está levando a bordo 400 quilogramas (kg) de carga, incluindo materiais
para 166 experimentos científicos, sendo 66 deles novos experimentos, dos quais
23 projetados por estudantes que participaram de um concurso realizado pela
NASA.
Serão
trazidos de volta pouco mais de 300 kg de materiais científicos e 230 kg de
hardware obsoleto da Estação.
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Comentário: Pois é leitor, veja você como um programa
espacial de resultados se desenvolve, mesmo em época econômica difícil como esta
de agora vivida pelos EUA, que após 56 anos (creio que seja mais ou menos isso)
começa atingir a sua maturidade espacial ampliando o espaço para as atividades
espaciais privadas em seu país. É claro que não podemos comparar os EUA com o
Brasil, nem mesmo os objetivos americanos no espaço com os que constam em nosso
PNAE, mas sem dúvida nenhuma podemos comparar os resultados. Não creio ser
necessário relembrar ao leitor o que a América já alcançou no setor espacial e
o que o Brasil já realizou, mas não há como negar que em 51 anos nosso
resultado foi pífio. Vale dizer que esse modelo exitoso americano foi alcançado
num processo de décadas de muito trabalho, muita seriedade e muito
comprometimento, tanto do governo americano, de seu Congresso, de seus institutos,
de universidades e evidentemente da indústria americana. Ora, no Brasil, apesar
de muitos acreditarem que essa é a saída, as coisas não são bem assim, já que
nem o Governo, nem o nosso Congresso, nem os institutos, nem as universidades e
nem as indústrias estariam preparados para adotar esse modelo atual americano,
mesmo sendo os objetivos de nosso PNAE bastante modestos se comparados com os dos americanos. Em
nossa opinião o modelo atualmente em curso é o mais adequado em nosso estágio
de desenvolvimento, desde que sejam feitas mudanças estruturais que permitam a
operacionalidade do programa e que o governo realmente deixa o papo-furado de
mão e se empenhe para mudar essa situação. Em nossa opinião, enquanto tivermos
cortes constantes nesse orçamento já pífio, enquanto não obtermos apoio político
de nossa sociedade, enquanto não houver o investimento em infraestrutura e recursos humanos adequados para o programa, enquanto não houver investimento em educação adequado em todos
os níveis nesse país, enquanto existir essa Lei de Licitações (8666/93)
totalmente inadequada para as áreas de pesquisas e desenvolvimento tecnológico,
enquanto empresas brasileiras de alta tecnologia desenvolvidas com recursos
públicos continuarem sendo vendidas para grupos estrangeiros com total omissão
do governo, enquanto o Governo e o Congresso continuarem omissos, enquanto
existirem energúmenos no governo como Fernando Collor de Mello, Itamar Franco (creio que
já falecido), Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva (o menos
pior deles, pois pelo menos investiu na ciência e algo na educação), Dilma Rousseff,
Roberto Amaral, Aloizio Mercadante, Celso Amorim, e tanto outros (a lista é enorme),
tanto o Programa Espacial Brasileiro (o Patinho Feio do setor), como a educação
de qualidade e a ciência e tecnologia como um todo continuarão sendo
prejudicados e com isso o futuro do país.
As empresas privadas de turismo realmente chegaram lá primeiro que nós.
ResponderExcluirAntigamente parecia haver desconfiança no turismo espacial, como se fosse um modelo projetado para cowboys aventureiros, mas parece que eles estão fazendo o que muitas agencias espaciais não fizeram: indo ao espaço da forma mais barata possivel.
Incrível como o numero em milhões é irrisório comparado aos modelos de agencias espaciais públicas e mesmo assim chegaram lá.
Tenho acompanhado e pesquisado a fundo esse processo desde que soube que o Elon era o dono da SpaceX.
ResponderExcluirAgora, em quase tudo que o Duda escreveu no Comentário Inicial, concordamos. Porém...
O problema não está numa lei apenas. Se não for essa, será outra, tão ruim quanto ou pior. O problema, está no modelo de gestão que exige que a gestão pública seja feita através de leis, e para mudar isso, só mudando a constituição, e aí o buraco é bem mais em baixo.
Notem também que A NASA não foi "boazinha" nessa história. Ela chegou a um ponto de impasse, pois os Senadores americanos verificaram que mesmo sem os problemas de gestão através de leis que enfrentamos aqui, tudo que tinha a mão da NASA na gestão direta e principalmente nos custos, era MUITO, MUITO, mais caro e demorado. E os Senadores deram um basta, e a NASA foi meio que obrigada a "abrir" para o setor privado novo, ou seja, parar de injetar dinheiro público aos bilhões em empresas monstruosas como a Boeing por exemplo, e em projetos de objetivos e resultados muito questionáveis.
E mesmo assim, a concorrente da SpaceX, a Orbital Sciences, está com um projeto que basicamente integra um monte de componentes já existentes e não consegue sair do lugar, porque fazem a administração às antigas.
Como o Pestana comentou, é incrivel a diferença do número de milhões empregados em relação aos resultados obtidos. Isso se chama gestão moderna e ágil de projetos.
Parabéns a SpaceX e principalmente ao Elon Musk que a comanda, que para quem não sabe, nem Americano nativo é...
Falcon 9 perdeu um dos nove motores 1 minuto depois do lançamento mesmo assim conseguiu entrar em orbita porque os outros 8 motores restantes ficaram 30 segundos a mais ligados para compensar a perda, segundo a SpaceX tudo decidido automaticamente pelo computador de bordo do Falcon 9. Achei interessante isso .
ResponderExcluirVideo com momento que ele perde um motor http://www.youtube.com/watch?v=Zy89ohhbonY
Abraços
Olá André!
ResponderExcluirSe não me engano amigo esse é um procedimento comum em foguetes americanos desde o SATURNO V.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Quando eu soube dessa configuração de nove motores, fiquei preocupado, pois me lembrei no N-1 Russo, cuja maior dificuldade era controlar a quantidade enorme de motores simultâneamente, o que acabou não sendo resolvido e o projeto até por outros motivos foi cancelado. No Falcon 9, eles preferiram aumentar a quantidade de motores confiáveis já existentes do que investir em motores enormes como fez a NASA na época do Saturno.
ResponderExcluirMas parece que com a tecnologia atual o pessoal da SpaceX conseguiu resolver bem essa questão. Desde a preparação para o lançamento um dos motores vinha dando sinais de problema. O lançamento foi até adiado por conta disso. Mas depois tudo deu certo. Desligaram o motor com problema e os restantes deram conta do recado.
Ah se o Brasil pudesse fazer um acordo que permitisse o lançamento do Falcon 1 à partir de Alcantara. Mesmo sem transferência de tecnologia, acho que o aprendizado seria muito maior. Em vários aspectos.
Sonhar, Sonhar...