Observatório Nacional Tem Dificuldade de Repor Cientistas

Olá leitor!

Segue uma matéria postada hoje (07/10) no site do jornal “Folha de São Paulo” destacando que o Observatório Nacional (ON) tem dificuldade de repor cientistas.

Duda Falcão

Ciência

Observatório Nacional Tem Dificuldade
de Repor Cientistas

GIULIANA MIRANDA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
07/10/2012 – 05h00

No comando do Observatório Nacional desde 2003, o geofísico Sérgio Fontes está prestes a se despedir do cargo de diretor. Apesar da retomada dos investimentos em pesquisa, o ON enfrenta agora um preocupante deficit de pesquisadores. Confira as ideias do pesquisador a respeito do futuro do órgão.

O Observatório Nacional é um instituto de um país em desenvolvimento com orçamento relativamente modesto. Como competir por relevância?

É preciso diversificar para sobreviver. O dinheiro com certeza é uma limitação, mas isso não é definidor. Nós procuramos encontrar as melhores soluções dentro do que o orçamento nos permite. Por isso as colaborações internacionais são tão importantes.

Se nós não temos, por exemplo, um telescópio para fazer uma determinada observação, temos condições de alugar o tempo de algum outro centro. Já fizemos isso com o ESO [Observatório Europeu do Sul].

Hoje, quais são os maiores obstáculos para a pesquisa no Brasil?

As coisas melhoraram muito, mas ainda faltam investimentos. Esse momento de reavaliação dos royalties do petróleo poderia servir para criar um modelo em que é garantido que parte das riquezas geradas sejam convertidas para essas áreas.

O Observatório Nacional tem um deficit de pesquisadores, com vagas ociosas já há alguns anos. Por que isso acontece?

Hoje o corpo de pesquisa é mais velho, tem idade média por volta dos 50 ou 55 anos. Tivemos muitos cientistas que se aposentaram, e alguns que morreram, e mesmo passado muito tempo nós não conseguimos repor esses quadros. É preciso um longo trâmite para conseguir abrir novamente as vagas.

Temos um concurso agora, mas ele só será suficiente para repor os quadros. Precisamos expandir o número de cientistas se quisermos avançar nas pesquisas.


Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 07/10/2012

Comentários

  1. Creio que a agencia espacial está num bom caminho para despertar a cusiosidade dos alunos, tendo programas que permitem que alunos das escolas conheçam melhor o programa espacial. Creio que se torna dificil ampliar a idéia porque o Brasil é um pais grande, mas com certeza muitos alunos se interessariam pela area de pesquisa astronomica se pudessem ter acesso a materiais ligados à area, a talvez se fizessem visitas com mais frequencias. Vi que um telescópio custa cerca de 400 reais, e pouca notiriedade se tem dado a essa area de pesquisa no país (pois não é em todo o canto que se encontra um observatório).

    Quando morei em Portugal, saia religiosamente em todas as edições de uma revista, uma página mostrando o mapa do céu com um astronomo dizendo os eventos que se dariam naquela semana dignas de se observar nos céus. Aí está um bom incentivo à pesquisa astronomica. E quem não teve o desejo de ter um telescópio? É uma boa forma de incentivar futuros pesquisadores.

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  2. Afirmo e reafirmo...

    Não me entendam mal, não sou favorável a uma privatização inconsequente como algumas que já foram feitas no passado, mas com o atual sistema de administração pública Brasileiro, é simplesmente IMPOSSÍVEL administrar esse tipo de problema.

    Isso NÃO vai acontecer. Por isso, sinceramente acredito que deveríamos criar condições e leis que a médio prazo incentivem o setor privado (principalmente as instituições de ensino privadas) a participar de maneira muito mais forte do setor de ciência e pesquisa (COM LABORATÓRIOS!), deixando de ser meras comerciantes de diplomas.

    O que estamos "assistindo" aqui no blog com essa "novela" para a contratação de umas poucas dezenas de cientistas e técnicos, é um exemplo claro de um processo insano e inviável, no qual EU me recuso a depositar esperanças.

    Prefero "trabalhar" em alternativas.

    É isso.

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