Plano Plurianual (PPA) 2012-2015 - Objetivos e Metas
Olá leitor!
O Programa de Política Espacial inserido no "Plano Plurianual
(PPA) 2012-2015" do Governo Federal tem como um de seus objetivos realizar
missões espaciais para observação da Terra, meteorologia, telecomunicações e
missões científicas que contribuam para a solução de problemas nacionais, o
desenvolvimento de tecnologia, a capacitação industrial e o avanço do
conhecimento científico.
Para cumprir esses objetivos do “PPA 2012-2015”, o Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE) terá de alcançar algumas metas nesse período que
o blog transcreve abaixo para o nosso leitor.
Lançar Quatro Satélites Até 2015
Esta meta compreende o lançamento dos satélites CBERS-3,
CBERS-4, Amazônia-1 e Amazônia-1B.
O satélite CBERS-3 com previsão de lançamento no final deste
ano, já está integrado, os testes elétricos já foram concluídos e os testes ambientais
já foram iniciados. Já a fabricação dos modelos de vôo dos subsistemas do
satélite CBERS-4 já foi iniciada.
Quanto ao satélite Amazônia-1 (ilustração acima), um dos
principais motivos que estão impactando no cronograma para o cumprimento da
meta é a não alocação adequada de recursos financeiros. Com isto, parte
essencial dos subsistemas/equipamentos para o desenvolvimento do satélite não
foram contratados. Outro ponto relevante é a reduzida equipe de engenharia para
atender o projeto do satélite Amazônia-1 juntamente com a finalização do
desenvolvimento do CBERS-3. Por conta de algumas atividades não previstas para
a viabilização do lançamento do CBERS-3 em 2012, a equipe de sistemas do INPE
precisou deslocar esforços para tal, comprometendo o andamento de atividades
associadas ao Amazônia-1.
Desenvolvimento de Dissipadores
de Calor para Uso Espacial
Outro objetivo do (PPA) 2012-2015 do Governo Federal visa
o desenvolvimento e a ampliação do conhecimento brasileiro em tecnologias
críticas, e assim garantir o uso autônomo das aplicações espaciais. Para
alcançar este objetivo, o programa tem para esse período como uma de suas metas
qualificar dissipadores de calor para uso espacial à base de fios de alta
condutividade revestidos de diamante (CVD).
A qualificação corresponde a testar um modelo / protótipo em um ambiente que
simule as condições do espaço. A ilustração abaixo mostra o dissipador de calor
em diamante-CVD.
Em 2012 espera-se o desenvolvimento do processo de
crescimento de diamante CVD em maços de fios capilares de tungstênio.
Até o momento foram confeccionadas amostras de diamante
CVD sobre fios de tungstênio e os resultados foram promissores. A deposição
resultou num diamante CVD de boa qualidade e com boa uniformidade de deposição
sobre toda a superfície dos fios, formando um condutor térmico.
Também foram confeccionadas amostras de diamante CVD
sobre fibra de carbono, porém o resultado não ficou bom sob o ponto de vista de
propriedades mecânicas.
Desenvolvimento de Lubrificantes Sólidos
Ainda na área de tecnologias críticas, o programa tem
como uma de suas metas para esse mesmo período qualificar em voo os
lubrificantes sólidos a base de carbono tipo diamante (DLC-Diamond Like Carbon)
para peças de satélites, meta essa a ser realizada no satélite Amazonia-1
visando a posterior transferência de tecnologia para a indústria.
A qualificação em voo corresponde ao funcionamento do equipamento no espaço,
embarcado em uma missão espacial. A transferência para a indústria ocorrerá por
meio de instrumento de transferência de tecnologia. A ilustração abaixo mostra
peças de satélites com lubrificantes sólidos.
Em 2012 espera-se a caracterização do filme DLC com nano
partícula de diamante nas condições de ambiente espacial.
Já foram desenvolvidas a tecnologia de lubrificantes
sólidos de DLC (Diamond like Carbon) sobre titânio e sobre liga Ti6Al4V.
Peças da Plataforma Multimissão (PMM) fabricadas pela
Fibraforte já estão sendo revestidas com esse DLC.
Desenvolvimento do Catalisador de Hidrazina
Outra meta na área de tecnologias críticas é qualificar em voo nesse
período o catalisador de hidrazina do satélite Amazonia-1.
Em 2012 espera-se a realização de testes de aceitação dos
modelos de voo dos propulsores do subsistema propulsivo.
Já foi desenvolvida a tecnologia do catalisador de hidrazina e
entregue para a carga nos propulsores.
Como o prazo para finalização desta meta é 2015, espera-se que o
satélite Amazônia-1 esteja em órbita até lá para que os testes do catalisador
possam ser executados.
Monitorar até 2015 a Cobertura
de Todo o Território Nacional
A principal meta do “programa de monitoramento ambiental” é
“expandir (até 2015) a área de monitoramento do desmatamento e da cobertura da
terra para todo território nacional”.
O objetivo é utilizar a experiência do INPE para monitoramento
da Amazônia, e expandi-la para os demais biomas (Cerrado, Caatinga, Pantanal
entre outros). Infelizmente, o projeto ainda enfrenta o desafio de alocação dos
recursos. A ação "4176 - Monitoramento por Satélites da Cobertura da Terra
dos Biomas Brasileiros" possui recursos suficientes apenas para a
continuidade do monitoramento ambiental da Amazônia.
Veja as metas desse programa interno em http://www.inpe.br/acessoainformacao/PAMZ,
bem como da ação que lhe dá suporte em: http://www.inpe.br/acessoainformacao/monitoramento_biomas
Bom leitor, como você pode notar, sem contar as já conhecidas dificuldades
herculanas criadas pela inadequada “Lei de Licitações”, a falta de recursos
humanos e financeiros condizentes com as necessidades dos projetos aqui
apresentados, tem sido os principais limitantes ao desenvolvimento dessas ações
no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Infelizmente para o nosso descontentamento e decepção, os
discursos públicos do Ministro Marco Antônio Raupp e do Presidente da AEB, José
Raimundo Braga Coelho, de que a presidente DILMA ROUSSEFF e seus Blue Cats tem contribuído
significamente para o desenvolvimento do programa, vão claramente de encontro
com a realidade dos fatos, o que me deixa profundamente chateado e sem qualquer
esperança de que esse objetivos sejam realmente alcançados em sua plenitude
nesse período. Lamentável!
Duda Falcão
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
Duda, você tem alguma informação sobre o problema com aquele componente do Cbers-3? O lançamento será adiado ou o problema foi contornado?
ResponderExcluirOlá André!
ResponderExcluirNotícias oficiais ainda não, mas pelo andar da carruagem o lançamento deverá ser adiado mesmo. Entretanto, vamos aguardar e vê no que dá.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Opa!
ResponderExcluirEstamos a menos de 3 meses do fim do ano, então a taxa é de 1,3 satélite por ano.
Bem ambicioso esse plano...
Vendo esta matéria lembrei de outras duas já publicadas aqui no BS:
ResponderExcluirhttp://brazilianspace.blogspot.com.br/2012/02/clorovale-trajetoria-vitoriosa.html
http://brazilianspace.blogspot.com.br/2011/12/brasileiros-buscam-novas-tecnicas-para.html
Pelo jeito estão surgindo ramificações da tecnologia pesquisada... será que você consegue uma entrevista com Vladimir Airoldi ou Evaldo José Corat sobre se algum deles estará envolvido nos projetos(Lubrificante sólido e dissipadores de calor)?
Abraço Duda, obrigado pelas informações...no minimo 20 pageviews diários são meus =)
Olá Charles!
ResponderExcluirÉ difícil amigo, já que não tenho acesso a essas pessoas.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)