Astrônomos do DES-Brazil Descobrem Novo Satélite da Via-Láctea

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada dia (12/08) no site do “Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA)” destacando que Astrônomos do DES-Brazil descobrem novo Satélite da Via-Láctea.

Duda Falcão

Astrônomos do DES-Brazil Descobrem
Novo Satélite da Via-Láctea

12/08/2015

Astrônomos do Dark Energy Survey (DES) anunciaram a descoberta de um novo satélite da nossa Galáxia, a Via-Láctea. O trabalho foi liderado por Elmer Luque, aluno de doutorado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro do grupo DES-Brazil.

O novo satélite, inicialmente chamado de DES 1, vem se somar aos 8 anunciados pela colaboração DES em março deste ano, num artigo liderado por pesquisadores do Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab, EUA) e da Universidade de Chicago (EUA), que também contou com a participação do grupo DES-Brazil. “O que diferencia esta nova descoberta das demais é o fato de ter sido feita a busca por objetos menores e mais tênues do que no trabalho anterior”, afirma Elmer Luque. Por este motivo, DES 1 é um objeto mais compacto do que os descobertos anteriormente, o que significa que este novo satélite é quase certamente um aglomerado estelar distante, do halo da Via Láctea.

Os demais objetos descobertos anteriormente pela colaboração DES têm tamanho e brilho mais consistentes com os de galáxias anãs, apesar de que a natureza de alguns deles ainda é incerta. Além da colaboração DES, outros grupos internacionais, do Reino Unido, Austrália e do projeto PAN-STARRS1 também vêm encontrando novos satélites da Galáxia. “O que essas descobertas recentes revelam é que o censo de galáxias anãs e de aglomerados do halo Galáctico ainda está bastante incompleto”, afirma Elmer. O tamanho do sistema de satélites da Galáxia, bem como sua distribuição espacial, suas propriedades químicas e sua cinemática em torno da Galáxia permitem melhor compreender o processo de formação de galáxias e outras estruturas no Universo. Sabemos, por exemplo, que galáxias se formam pela força atrativa da gravidade e que a maior parte da matéria numa galáxia como a nossa não está na forma de estrelas, mas de um componente que não emite ou absorve luz, ao qual se convencionou chamar de matéria escura. Uma questão interessante é que enquanto galáxias anãs parecem ser ricas em matéria escura, os aglomerados, que são menores, parecem ser formados exclusivamente de estrelas. “Por outro lado, no domínio de baixas luminosidades em que encontramos esses novos satélites do halo Galáctico, a classificação entre aglomerados estelares e galáxias anãs parece estar se tornando ambígua, o que pode ter implicações sobre os cenários de formação desses objetos e também da Galáxia como um todo.”, afirma Basílio Santiago, supervisor de doutorado de Elmer. O artigo pode ser encontrado no link.

O Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA) dá suporte a participação de brasileiros em projetos como o DES através do provimento de infraestrutura computacional para as análises de grandes volumes de dados e também através da manutenção e um portal científico para a colaboração DES como um todo.

Figura 1. Imagem de DES 1, o mais novo satélite da Via-Láctea
identificado pela colaboração DES. Vê se claramente uma
concentração de estrelas tênues e azuis. DES 1 está situado
87.000 parsecs, ou 283.000 anos-luz do Sol.


Fonte: Site do LIneA - http://www.linea.gov.br/

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