Brasil Deve Fechar Parceria Integral no Setor Espacial Com os EUA

Olá leitor!

Segue abaixo um artigo postado hoje (23/08) no site do “defesanet,com” destacando que o Brasil deve fechar parceria integral no Setor Espacial com os EUA.

Duda Falcão

COBERTURA ESPECIAL - Brasil - EUA – Tecnologia

Brasil Deve Fechar Parceria Integral
no Setor Espacial Com os EUA

O Setor Espacial Brasileiro tem sido um campo forte de desencontros
Julio Ottoboni analisa as possibilidades do setor com
um acordo com o Estado Unidos.

Júlio Ottoboni
Exclusivo DefesaNet
23 de Agosto, 2015 - 08:08 ( Brasília )

Foto NASA
Presidente Dilma Rousseff ouve explicação sobre o
Espaço Sideral de um especialista da NASA.

Grande parte do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), que orienta as atividades no setor, pode sofrer mudanças profundas com o ingresso dos Estados Unidos numa parceria mais profunda com o Brasil no segmento aeroespacial. O setor vem sofrendo baixas frequentes, com descontinuidades de projetos e anúncios que nunca se concretizam como ter um foguete VLS e novas séries de satélites.

A tendência, desde o encontro da presidente Dilma Rousseff com Barack Obama, e de uma reaproximação da NASA e da Agência Espacial Brasileira (AEB), que pouco tem feito para o setor desde o governo Lula, quando se tornou um trampolim político e de acomodação de políticos ligados ao governo.

Praticamente destroçado desde o acidente com o VLS, em 2003, o setor espacial tem amargado 12 anos de frustações, anúncios que não se concretizam e peças orçamentárias baixíssimas, na maioria das vezes não cumpridas e reclamações constantes de atrasos e falta continuidade nos projetos nacionais, principalmente relativos ao segmento de satélites.  (Ver o Editorial A Boia Salvadora?).

O nível de descrédito no setor deu se por pronunciamentos que foram caindo no vazio da propaganda apenas, como o feito em 2011. Dilma Rousseff anunciou o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), para 2014, e uma verba orçamentária de R$ 716 milhões, algo nunca cumprido.A previsão é de lançamento no 2º Semestre 2016 e Operacional 2017. O SGDC está sendo produzido pela THALES com participação do Consórcio Telebrás – VISIONA (Embraer Defesa& Segurança).

Ou parcerias no setor espacial com a Argentina envolvendo a empresa Cyclone Space, uma binacional com a Ucrânia, que rendeu prejuízos superiores a R$ 1 bilhão e resultaram em mais descrédito ao governo brasileiro. Que DefesaNet noticiou com exclusividade a denúncia por parte do Brasil do Acordo com a Ucrânia em julho (Exclusivo – Brasil Rompe com a Ucrânia na ACS)

Segundo o presidente da AEB, o Brasil lançará até 2020  algo em torno de 10 satélites produzidos no país, desde meteorológicos, de observação da Terra, científicos até geoestacionários de comunicação. Segundo os especialistas, entre eles os próprios pesquisadores do INPE, essa projeção é totalmente incompatível com a realidade.

Isso só teria condições de ser pensado se aportasse no instituto algo próximo aos R$ 9 bilhões que o governo federal está injetando nas montadoras automotivas. Mesmo assim faltaria mão-de-obra especializada e empresas qualificadas para uma demanda tão alta neste prazo de tempo.

A Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA), no Maranhão, retornará para sua finalidade antiga. Ou seja, será uma base binacional, onde Estados Unidos e Brasil partilharão seus futuros lançamentos. O governo dos Estados Unidos, segundo fontes do próprio governo norte-americano, já tem um levantamento detalhado da situação de Alcântara, feito por técnicos do Laboratório de Jato Propulsão (JPL), de Pasadena,  e está em processo de escolha das empresas que transformarão o lugar num centro que supra todas as necessidades para grandes foguetes, lançamentos comerciais e estaria entre os mais bem equipados do mundo.

Alcântara, assim como a base de Kourou - na Guiana Francesa-, está muito próxima da linha do Equador, o que facilita a colocação em órbita de satélites com menos gasto de combustível e maior precisão no posicionamento orbital. Em compensação, o Brasil retornaria aos projetos em parceria com a NASA e também na construção da próxima estação espacial internacional – já que foi expulso da atual por falta de cumprimento dos acordos.

Outra possibilidade, essa ainda mais concreta, é a formação de um segundo astronauta brasileiro. Só que desta vez será um professor universitário civil e com doutoramento e Ph.D. nos Estados Unidos, que já tenha linhas de pesquisas que envolvam cientistas dos dois países.

Os embargos provocados pelos EUA mesmo após a assinatura do MTCR (The Missile Technology Control Regime) para aquisição de peças para satélites e até para compra de supercomputadores devem desaparecer. Para a retomada do VLS também o MTCR seguirá uma nova cartilha se tratando do Brasil. O foguete e os próximos satélites terão como grande parceiro a NASA e o JPL, além de dezenas de empresas norte-americanas já sediadas no Brasil e que poderão atuar nos polos produtores deste tipo de tecnologia.

O mesmo procedimento ocorreu na Argentina com o programa Condor. O programa espacial argentino ficou integralmente sob custódia da NASA. Inclusive esse processo facilitaria  a parceria espacial Brasil-Argentina- EUA na área satelitária.

A apresentação do Comandante da Aeronáutica Tenente-Brigadeiro-do-Ar Nivaldo Luis Rossato, na Audiência Pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), do Senado Federal, foi didático em expor os desencontros do Setor Espacial. E também claro ao relatar a pouca efetividade do Programa Estratégico do Setor Espacial  (PESE), uma delegação da Estratégia Nacional de Defesa (END).

Notas DefesaNet

MTCR – (Missile Technology Control Regime) – Estabelece que sistemas tem de serem  desenvolvidos dentro dos parâmetros de 300km de alcance e 500 kg de capacidade de carga podem ser desenvolvidos livres de controle. Sistemas com alcance e capacidade maior  entram na categoria de estratégicos.

O AV-TM300 (Míssil Tático de Cruzeiro) em desenvolvimento pela AVIBRAS dentro do Programa ASTROS 2020 segue estes parâmetros como indica o próprio nome do míssil.

Foto: NASA
Cúpula Área Espacial Brasileira reunida com membros da NASA no
AMES Research Center durante a visita presidencial em 01 Julho 2015.
Arte: FAB
Os atores do PNAE e do PESE e a falta de integração entre
os atores do Setor Especial no Brasil.
O PESE e a interação com os diversos programas
estratégicos como o SISFRON e SisGAAz.
Possíveis usos dos programas espaciais em
suas diversas formas.



Comentário: Bom leitor é preciso analisar essa notícia com cuidado e com grande preocupação evidentemente por motivos óbvios. Entretanto, tanto tem se falando ultimamente na mídia sobre parcerias no Setor Espacial do Brasil com a França, com a Rússia e com os BRICS como um todo, que tudo isso pode apenas ser uma cotina de fumaça lançada por esses merdas para aquecer politicamente a imagem desta “Ogra” debiloide perante a opinião pública, mas não podemos descartar que algo sinistro possa realmente está sendo arquitetado por esses vermes petistas, mas até agora (pelo menos de concreto) o único acordo existente na área de veículos lançadores é o acordo entre o IAE/DLR para o desenvolvimento do VLM-1 e com relação a isto, estou cada vez mais preocupado com o desenrolar desta história, principalmente por ter sido informado de que esta semana (segundo minha fonte mais precisamente na quarta-feira) o senhor Peter Turner esteve no IAE para negociar o motor do VLM-1. Acontece que o senhor Peter Tuner, até onde eu sei, já está aposentado do DLR (para compreender melhor clique aqui) e não deveria esta negociando nada quanto a este motor, mas enfim... Já quanto a acordos efetivos com outros países na área de satélites, os existentes são o conhecido Programa CBERS com a China, que obteve algum sucesso, o acordo com a Argentina no Projeto Sabia-MAR (uma bandeira do Sr. Braga Coelho, lembram?), que é uma piada mal contada de quase duas décadas, o acordo dos Microsatélites IBAS com a Índia e a África do Sul, outra piada mal contata lançada no final do desgoverno do humorista LULA, e mais recentemente o acordo assinado pelo desgoverno da “Ogra” debiloide com a NASA que pode resultar em algum projeto de micro, nanosatélite ou cubesat na área de clima espacial ou de outro programa qualquer científico do INPE, e evidentemente o preocupante e estranho acordo assinado entre o MCTI e o NOAA americano, coisa muito séria que envolve segurança nacional. Até mesmo a expectativa que o INPE tinha da construção de um satélite para o Programa GPM - Global Precipitation Measure (programa este liderado pela JAXA e pela NASA) não se concretizou, bem como o do satélite MAPSAR com a Alemanha e o satélite MIRAX que envolvia outras nações. Portanto leitor, qualquer coisa fora do que foi citado por mim, ainda não passa de pura especulação, mas diante dos vermes que estão no poder tudo é possível, e acredite, a situação que já é insustentável pode piorar e muito. E vale dizer que neste universo de desmandos e de outros interesses discutíveis é claro que os americanos ou qualquer outra nação que negociar com o Brasil irão se aproveitar da situação para colher frutos cada vez maiores. Aproveitamos para agradecer ao leitor anônimo pelo envio deste artigo.

Comentários

  1. É meu amigo DUDA, pelo que uma fonte também me disse, Peter Turner tem acesso livre lá a anos, sempre com o objetivo de colaborar, ajudar, quanta bondade! Parece que após aposentar, o mesmo abriu uma "EMPRESA" , ou seja, continua vindo xeretar e sabe lá mais o que!!!!

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  2. Enquanto se fala em parceria, o efetivo do DCTA continua diminuindo... Segundo a recente palestra do Brig. Wander em Brasília, em 2020 teremos apenas 44% do efetivo de 2011 [1],[2].
    [1] Link da apresentação: http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cctci/audiencias-publicas/2015/26-05-2015-ap-centros-militares-de-pesquisa-e-tecnologia/major-brigadeiro-do-ar-wander-almodovar-golfetto-aeronautica
    [2] Link do áudio da apresentação (a partir dos 15 minutos ele fala do gráfico da pág. 14 da apresentação, sobre déficit de pessoal em 2020): http://imagem.camara.gov.br/internet/audio/mp3/TAudio_52552_24081509350080.mp3 .

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